A queda de um deus…assim poderia
ser intitulada a recente entrevista de Lance Armstrong a jornalista americana
Oprah…também poderíamos falar em verdade da mentira, mundo de drogas,
desilusão, crime, etc etc…
No decorrer do dia de hoje,
18/01/2013, vi muita gente dizer que nunca gostaram dele, que sempre disseram
que ele se dopava etc etc, mas agora é muito fácil dizer isso não é? Quando ele
era um vencedor todos o adoravam, elogiavam, idolatravam, endeusavam entre
muitas outras coisas. Da minha parte estou relativamente a vontade para falar e
criticar, porque apesar de vibrar com as vitórias deste homem, quem me conhece
sabe que o meu ciclista de eleição sempre foi o Roberto Heras e posteriormente
o Alberto Contador, dois homens que também não apresentam um percurso “limpo”,
mas não é destes que quero falar hoje.
O Lance era um herói, faltou ao
respeito a todos os fãs de ciclismo? Sim faltou, mas também é uma falta de
respeito dizer que ele não passa de um drogado, aldrabão e que nunca gostaram
dele, é uma falta de respeito porque não conseguem admitir que falharam a
eleger o vosso herói e porque em tempos ele foi muito mais que isso para os
verdadeiros fãs de ciclismo, fazendo o sonhar tudo e todos, fez ansiar pela
chegada do próximo tour, principalmente os milhões de fãs que ele tinha, agora
já não existem nenhum desses fãs é? Não me parece!
Confesso que não consegui ver a entrevista
toda, porque apesar de ao longo dos últimos anos sempre ter defendido que todos
os ciclistas tomam substâncias proibidas, aquele primeiro YES a pergunta “tomou substâncias
dopantes para melhor a sua performance no ciclismo?” foi o confirmar de tudo,
foi o ruir da pouca esperança que ainda tinha de estar errado e foi o aparecimento
de uma lagrima no canto do olho…por isso por hoje não consigo ver mais, não
quero ouvir nenhuma explicação sobre nada, apenas quero acreditar que um dia a
postura dos ciclistas vai mudar.
Se mudei a minha opinião sobre
este homem? Talvez sim talvez não, continuo a acreditar que ele era o melhor e
que todos tinham acesso ao mesmo que ele teve, se não vejamos as coisas da
seguinte forma…O Tour são 23 dias, 21 etapas com dois dias de descanso pelo
meio, as etapas variam entre os 160 e os 220 km e são feitas em médias que
oscilam entre os 37km/h e os 45km/h…são todos super heróis? Só em filmes é que
há disso…Por outro lado como se explica que um ciclista que não consegue subir
a torre com os melhores do seu país (mal entrava em Seia ou na Covilhã e ficava
logo para trás) depois no Tour subia tudo com os melhores? Outro tipo de
treino? Hum não me parece…E depois ainda há aqueles dois irmãos que um deles
passa o ano a levar 15/20 minutos em todas as etapas de montanha e depois chega
ao tour e ganha…pico de forma? milagre? claro que não…
Por isso não vale a pena ver o
Armstrong como único criminoso, é tudo farinha do mesmo saco…ele errou, foi
apanhado e viu-se obrigado a admitir…é uma vergonha para a modalidade? Claro que
é, assim como os outros todos o são…
Por isto tudo e mais alguma
coisa, penso que está na altura de os ciclistas e as entidades responsáveis por
este desporto pensarem bem se vale a pena continuar com a modalidade nesta
maneira…
Deixo aqui algumas sugestões, que
não passam exclusivamente pelo combate ao doping, porque esse quanto a mim
parece-me impossível de combater…que tal diminuir os dias de prova? Diminuir a distância
das etapas? Diminuir as médias de velocidade impostas? Tem que se pensar, se
não qualquer dia a modalidade acaba e heróis como o Joaquim Agostinho vão cair
para sempre no esquecimento…
Beijos e Abraços do vosso futuro
primeiro ministro
Ps - Sabem o que é o manchester city faz quando quer comprar mais um jogador por 40/50 M? O Dono daquilo faz com que o preço do petróleo aumente uns centimos e problema resolvido!
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