domingo, 16 de agosto de 2015

Aquele ainda não era o dia

Cruzei-me contigo no outro dia e pensei “hoje é o dia que falo com a ela sério”, mas não apenas repeti a mesma atitude das outra vezes, sorri e disse um tímido olá e tu respondeste da mesma maneira, seguindo cada um o seu caminho com a certeza que a incerteza ia continuar a perdurar.

Ainda não foi o dia que perdi a  vergonha ou o medo e avancei para ti nem que fosse para te convidar para um simples café…

Falhanços do passado confunde-me as ideias, erros anteriores distraem-me daquilo que quero, magoas recentes toldam-me a coragem…sinto-me preso, a liberdade que guiava a minha vida para ter ficado presa em algum momento e eu não dei por isso, apenas sei que queria voltar a esse momento desconhecido e altera-lo, mas sei que isso não vai acontecer e a incerteza da certeza que um dia vou mudar vai continuar a conduzir as minhas atitudes…

Portanto resta-me esperar, esperar que um dia a magia da liberdade volte ou…ou…ou que tu me venhas resgatar a esse momento do passado!

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Perdido e achado


Acordo e vejo-me perdido numa rua estranha, será que ainda estou a dormir? Olho ao meu redor e nada me parece familiar, será que estou a sonhar? O vento gelado faz-se sentir, algumas gotas de água molham-me os óculos…procuro algo familiar à minha volta, uma casa, uma cara, uma árvore ou um simples sinal de trânsito, mas nada me parece certo, o que se passa comigo? Estarei com a memória afectada?

O som de um telemóvel começa a ecoar na minha cabeça, parece vir de muito perto, procuro nos bolsos e lá encontro um simples objecto sem marca a tocar, no ecrã pode ler-se anónimo. Na buscar de entender o que se passa atendo…”Está sim? Quem fala”, digo eu muito timidamente, mas ninguém me responde, apenas o respiração alta e calma consigo ouvir do outro lado da linha…insisto mas a resposta continua a não aparecer. Não entendo o que se passa, será isto tudo real?

Um encontrão de uma senhora aparentemente perdida desperta-me de novo para a realidade que me envolve, à minha frente um carro de portas abertas parece abandonado, será meu? Não me consigo lembrar do que me fez chegar este sítio ou se alguma vez aqui estive antes. Continuo a andar em frente procurando algo que me faça perceber isto tudo.


Começo a sentir-me perdido, mas eis quando uma voz conhecida parece chamar por mim, procura-a e vejo-te a sorrir, “então pareces perdido…estavas a sonhar acordado?”…Não, respondo eu ao mesmo tempo que esboço um tímido sorriso. Segue-se um largo sorriso ao constatar que à minha volta agora tudo é familiar, agora sei que não estava a sonhar, apenas estava perdido e tu foste achar-me quando eu mais precisava…